sábado, 1 de setembro de 2012

Era domingo à noite, nada mais eu podia fazer. Eu estava apaixonada e morria aos poucos. A cada segundo. Amando demais, a pessoa que sabe muito pouco sobre mim. Eu, era a justa vítima do sofrimento. Eu que não acreditava mais em novos amores. Afinal, tornei-me tão fria como o vento seco de inverno. Não queria sofrer ainda mais. Não agora. Nem depois e depois. Eu só não queria sofrer. Mas já estava apaixonada, correndo um risco tremendo de sofrer ainda mais. Eu nasci para sofrer, porque quanto mais luto para fugir da dor, mais ela corre atrás de mim. E é assim que é a vida. Eu tenho uma casa boa, comida na mesa, e amor do pai e da mãe. Porque merda me fui eu apaixonar? Nem eu mesma sei. Estava tudo completamente perfeito, sem excepção. Eu estava feliz. Mas o amor pregou-me uma partida. Aprisionou-me entre as suas dores e por maior que fosse esse sentimento, eu lutava para torna-lo mais bonito. Mais belo. Deitei os meus esforços fora, juntamente com toda a felicidade que um dia eu tive. O pai sempre me disse que as coisas, por mais que lute para mante-las na minha vida, quando menos esperar já irá fazer parte do meu passado. E não importa o que seja. Então, não luto. O amor chegou, e assim como veio, vai. Sem eu fazer esforços, sem correr atrás. Chegou? Então que me faça sofrer o quanto for, mas que saia logo de mim. Amor sem sofrimento não é amor. Pelo menos eu acho isso. E o meu foi amor até ao ultimo minuto. Sofri, chorei, e por fim sorri. E assim, por incrível que pareça, eu voltei ao meu "eu" normal. Aquela pessoa que sorri depois do problema, e que ri dele. Eu aprendo e acostumo-me ao sofrimento. O sofrimento vira tudo, mas por mais louco que seja, ele vira até um sorriso pequeno. Mas enquanto não vira, eu sinto. Sinto tudo. Aos poucos, ou tudo de uma vez só, mas sinto. Era domingo à noite, e eu não podia fazer nada, a não ser sentir. Senti um amor exagerado, que provavelmente, viria a ser uma dor ainda mais exagerada, que geraria sorrisos involuntários e exageradíssimos.

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