segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Calas-te. Escondes os teus gritos. Enterras os teus sonhos na mesa de cabeceira. Queimas as tuas boas memórias para tentares esquecer tudo o que um dia te fez realmente feliz. Escolhes lutar contra a vida, todos os dias, sem saber o porquê de tanta amargura. Dentro das tuas inúmeras cicatrizes refugiam-se desejos, vontades que o tempo roubou. A insegurança em deixar tudo para trás é notável, e tu já estás cheio de dor, com medo de lacrimejar agarrado às almofadas do teu quarto, outra vez. Respiras fundo e enches os pulmões de ar, mas não sentes a vida dentro de ti. Mas eu ainda vejo o brilho dos teus olhos. Nada mais tem sentido ou piada. Vês-te ao espelho e vês uma alma vazia, sem risos, sem nada. Resta-te apenas as noites de lua. As noites em que só existes tu e ela. Noites em que ela te sorri. Mas vem logo o sono e ele distância-te um pouco da vida amarga, da angústia, que já faz parte da tua rotina, para tentares sonhar com algo que seja suave, calmo e longe daqui. E mesmo que venham pesadelos, para ti, serão bem vindos, pois o terror maior, vives de olhos abertos.
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