segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sei que um dia te vais lembrar de mim e os números da tua agenda passarão claramente á tua frente e não terás nenhum para marcar. Talvez até tentes o meu, mas até lá posso não atender ou talvez aquele já nem seja o meu número. Vais tentar chamar alguém, mas não vai haver ninguém que largue tudo para te ir dar um abraço. Nessa fracção de segundo, quando os teus pés perderem o chão, vais-te lembrar do meu carinho e do meu sorriso inocente. Virão súbitas memórias dos nossos tempos, abraços ou até mesmo do sossego que eram as nossas noites. Só haverá uma musica a repetir na tua rádio: a nossa. Nesse mesmo momento, vais sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vais torcer bem forte para que o nosso mundo volte. Vais estar deitado na cama a ver televisão, como mais uma das muitas noites que aí passas, vais ouvir a chuva a cair e vais sentir um vazio enorme por não teres um grande amor para partilhar esse momento. Não terás ninguém para brincar contigo ou até mesmo partilhar as tuas histórias com um grande entusiasmo, como o fazias. O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e falava sempre. Quando finalmente bateres á minha porta, ela vai estar trancada ou então, se aberta, mostrará uma casa vazia. Os teus olhos vão ensinar-te o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. Vais lembrar-te da minha inocência que ria de tudo o que dizias ou do meu jeito de te tentar fazer feliz. O nome do enjoo que irás sentir, chama-se arrependimento a falta de fome, será a tristeza. A mesma que eu senti durante tanto tempo. Um dia quando te deitares e olhares para o tecto do teu quarto escuro, vais-te lembrar que a Lua poderia estar a sorrir-te, para te iluminar todas as tuas noites frias, mas tudo o que vais ver é a escuridão. E quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar como eu olhava, vais encontrar a solidão e vais ver, diante de tudo isto, que os meus defeitos poderiam ser perdoáveis.

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