sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ontem, eu chorei. Voltei para casa, fui para o meu quarto, sentei –me à beira da cama, chutei os meu sapatos e caí no choro. Quero que saibam que eu chorei até molhar a minha blusa nova. Chorei até me começar a doer a cabeça. Mal via a pilha de lenços de papel que deitei no chão, aos meus pés. Quero que saibam que ontem eu chorei muito. Ontem, eu chorei por todos os dias em que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais para chorar. Chorei por todos os dias, por todas as formas e por todas as vezes que me desrespeitei e desliguei de mim mesma. Mas isso refletiu-se quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesma. Chorei por todas as coisas que me foram roubadas; por todas as coisas que eu pedi e que não consegui receber; por todas as coisas que, depois de conquistar, “dei” a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazia, gasta e exausta. Completamente exausta. Chorei porque realmente chega a um momento em que a única coisa que nos resta é chorar. Ontem, eu chorei. Chorei porque feri alguém. Chorei porque fui ferida. Chorei porque a ferida não tem para onde ir, senão até ao fundo da dor que a causou, e quando essa dor lá chega acordas tu. Chorei porque era tarde demais. Chorei porque tinha chegado a hora. Chorei porque a minha alma não sabia tudo o que eu precisava de saber. Chorei e esse choro fez-me muito bem. E fez-me muito, muito mal. No meio do meu choro, senti a minha liberdade chegar, porque ontem, eu chorei sobre cada momento da minha vida.

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