Hoje chorei por tudo o que correu mal na minha vida. Por todas as minhas incompetências enquanto amiga, enquanto pessoa. Hoje chorei por não ser capaz de proteger a pessoa que mais valor me dá, por não conseguir protegê-la e acalma-la. Hoje eu estive de rastos, apenas por não cumprir com a minha obrigação de amiga, de irmã. Chorei por todos os momentos que não consegui viver, por todas as vezes em que minutos da minha vida me cairam aos pés. Por momentos em que perdi o chão. Hoje, mais que em qualquer outro momento dos meus dezasseis anos, senti-me incapaz de proteger uma amiga, quanto mais uma irmã. Provavelmente, se o tivesse conseguido fazer, não teria acontecido o que aconteceu. As pernas a tremer, a garganta seca e perda da voz, que encheram a minha alma de mágoa, de nojo e de medo. Medo de todos os momentos pelos quais terei de passar. Medo de todas as pessoas que conhecer, ficarem pelo caminho. Virarem-me as costas. Medo de não conseguir proteger. Medo da solidão. E isto, mexe com os meus sentimentos mais profundos. Com os que estavam adormecidos até. E isto não tem forma de acabar. Não agora.

Então, agora peço que me deixem estar no meu canto. Que não se preocupem comigo e que não me façam uma única pergunta. Eu só quero esquecer e esta é a minha maneira de o fazer. Quanto a ti, minha pequena grande mulher, eu estou contigo e a ti não te vou negar qualquer tipo de passeio ou conversa. Vou estar sempre aqui, para o que der e vier e desculpa-me por não ter conseguido cumprir com a minha função de irmã.. Proteger-te. Mas uma coisa que jamais te podes esquecer: Eu amo-te mais que qualquer coisa.