Ainda sinto as tuas mãos. Ainda me lembro do teu cheiro a perfume. Ainda me recordo muito bem do teu sorriso tão verdadeiro. Ainda te sinto sabes? É confuso para mim mas eu sei que és tu, que me vens desejar um bom dia logo pela manhã. Tenho tantas saudades tuas Joaninha. Tenho tantas saudades de quando éramos todos unidos. De quando íamos fazer os nossos trabalhos da escola para a biblioteca. Lembras-te? Oh era tão divertido. Partiste muito cedo. Cedo demais. Há seis anos que já não estás connosco e não imaginas como isso nos deitou abaixo. A todos nós, sem excepção. Mas sabes Joaninha? Há quem não demonstre a dor de uma perda e eu sou uma delas. Se estás sempre comigo, provavelmente saberás que eu não falo de ti. Que não falo deste vazio enorme, mas saberás que ainda te recordamos. A primeira coisa que fazemos quando vemos fotografias antigas é olhar para ti e admirar-te. Oh eras tão doce e tão verdadeira.
Ninguém consegue imaginar o terror que devia ter sido aquela noite. O sufocante que devia ter sido para ti estares ali, debaixo da tua cama à espera de morreres. Lamento. Lamento ninguém te ter conseguido ajudar. Escuta-me, todos os dias me lembro de ti. Tu sabes disso. Jamais te esquecerei e oh, tinhas um pouco de ligação comigo não era?
Olha por mim minha querida. Olha por mim e por todos aqueles que cá ficaram. Aqueles com quem tu cresceste. Cuida de nós e protege-nos está bem? Estejas onde estiveres, o que eu mais quero é que estejas bem. Ah e espera uma flor minha ao pé de ti. Eu não demoro a chegar, prometo.

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